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Copa do Mundo Feminina: porque o evento ainda não tem a mesma visibilidade dos patrocinadores

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No último domingo o Brasil foi eliminado pela França na Copa do Mundo Feminina. O evento ganhou os holofotes, assim como a seleção brasileira feminina e a craque Marta. E junto o debate sobre a diferença discrepante não apenas salarial entre as jogadoras da seleção e os jogadores, mas, de patrocinadores também voltou a estar no topo. 

A comparação de patrocínios é impossível de fazer, principalmente se colocarmos na “briga” o craque Neymar e a Marta. Enquanto o “menino de ouro” aparece em campanhas dos mais variados segmentos, de shampoo até baterias de carro,  a Rainha não tem a mesma visibilidade. 

Inclusive, desde julho de 2018 a atleta está sem patrocínio de material esportivo, depois que o seu contrato com a Puma chegou ao fim. Isso, inclusive, gerou ações por parte da própria jogadora. Além de se posicionar mostrando a discrepância entre remunerações, ela traz em sua chuteira o símbolo do movimento “Go equal”, que luta por equidade de gênero.  

Falta patrocinadores ou bom senso? 

Quando falamos de patrocínios da Copa do Mundo Feminina e das atletas femininas, ao que parece faltam patrocinadores. Mas uma entrevista concedida pela própria Marta ao Globo Esporte mostra que o problema é bem maior. 

Ela recusou algumas propostas desde que seu contrato acabou. O motivo? A remuneração é drasticamente menor do que a dos jogadores homens.

“O que foi proposto foi bem abaixo do que eu recebia, bem menos, menos da metade. A gente achou por bem não renovar. Muito abaixo do que a gente vê no futebol masculino”, afirmou durante a entrevista. E importante lembrar que a atleta já foi eleita a melhor do mundo SEIS VEZES. 

Uma desculpa frequente entre as marcas sobre a oferta mais baixa é que a Copa do Mundo Feminina não tem tanta visibilidade e não gera tanta audiência como a masculina. Mas alguns números desse ano mostram justamente o contrário.

A vitória da Inglaterra sobre a Escócia, por exemplo, teve um recorde de 6,1 milhões de televisões assistindo ao jogo. Esse foi o jogo de mulheres mais assistido do Reino Unido de todos os tempos.

Já o jogo das Seleção Brasileira Feminina conta a Jamaica, exibida pela Globo, fez a audiência média domiciliar do horário DOBRAR, comparada com os quatro domingos anteriores no Rio de Janeiro., segundo a Kantar Ibope Media.

Já a vitória do brasil na Itália, segundo o Observatório da Televisão, teve uma audiência de 21 pontos e 40% de participação.

E o que dizer das redes sociais. A Copa do Mundo Feminina foi super comentada nas plataformas. E cerca de 54% das interações eram do público feminino. As jogadoras mais faladas foram Marta, Cristiane e Formiga.

E os próprios perfis delas tiveram um crescimento por conta do evento. A atleta Formiga, por exemplo, cresceu 295% entre os dias 07 e 10 de junho. Já Cristiane, que antes do torneio tinha 152.046 seguidores, passou a até grandiosos 410.3589. 

Ou seja, o que falta para a Copa do Mundo Feminina ter o mesmo destaque que a masculina é o que também falta dentro da sociedade como um todo. A igualdade de gêneros. 

Infelizmente no Brasil as mulheres ainda são constantemente prejudicadas pelo simples fato de serem do sexo feminino. E isso se reflete até mesmo no futebol, que é o esporte com mais visibilidade no nosso país. 

5 coisas que mostram como a desigualdade de patrocínios na Copa do Mundo Feminina não é um caso a parte 

E se você acha que a Copa do Mundo Feminina tem essa diferença pelos simples fato das “pessoas não assistirem” nós separamos mais 5 coisas que mostram como a desigualdade no mundo do futebol é bem mais profunda. 

  • Valor da premiação

Começando pelo valor da premiação, que de longe é uma das discrepâncias mais fáceis de serem notadas. Enquanto o time francês faturou US$ 38 milhões, pagos pela Fifa (Federação Internacional de Futebol) ao vencerem a Copa do Mundo na Rússia, as vencedoras do torneio feminino vão levar apenas US$ 4 milhões.

E pior, totalizando todos os prêmios da competição a Fifa dará cerca de U$ 30 milhões, ou seja, oito milhões a menos do prêmio apenas para o 1° colocado da competição masculina. 

  • Transmissão na TV

Enquanto as transmissões da copa masculina já são feitas há décadas, o torneio feminino demorou oito edições para chegar a Tv aberta.

Além disso, em 2019 é a primeira vez que as emissoras Band e Globo vão transmitir todas as partidas do campeonato. Se pensamos à fundo nesse aspecto, fica realmente difícil as jogadoras terem a mesma audiência dos jogadores, se somente agora todos os jogos vão ser transmitidos na Tv aberta. 

  • Salários 

Uma das pautas do feminismo e de outros movimentos de igualdade é pela equivalência de salários. Hoje, mulheres ganham em média cerca de 30% a menos que homens para desempenhar a mesma função. 

Acontece que no mundo do futebol essa discrepância é exorbitantemente maior. A jogadora brasileira Marta ganha cerca de € 340 mil por temporada, já Neymar, por exemplo, recebe € 91,5 milhões por temporada. 

Ou seja, ela ganha cerca de 0,3% do rendimento anual do jogador, menos de 1%. Isso levando em conta que ela já possui seis títulos de melhor jogadora do mundo, e foi a responsável por colocar a seleção brasileira na Copa do Mundo Feminina

E não é só com as brasileiras que a diferença é grande Ada Hegerberg, do Lyon (França) que tem a maior remuneração entre as jogadoras de futebol, fatura cerca de US$ 452 mil por ano.

Por sua vez, Lionel Messi, jogador do Barcelona, fatura cerca de US$ 127 milhões entre salário e patrocínios. Uma remuneração 282 vezes. 

Conclusão  

A Copa do Mundo Feminina é um exemplo claro de como as marcas precisam abrir os olhos para as oportunidades que tem para se engajar com um público muito assíduo. Mais do que isso, de que elas também têm o dever de lutar por questões sociais e políticas. 

E você, qual a sua opinião sobre essa diferença de patrocínios da Copa do Mundo Feminina e da Masculina? Deixe nos comentários.

Growth Hacker, especialista em performance de vendas, anos dedicado ao marketing de empresas varejo e atacado. Analista de mercado com background no mercado financeiro.

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