Unicórnios brasileiros
Você já ouvir falar dos unicórnios brasileiros? Não estou falando daqueles bichinhos fofinhos com crinas coloridas, mas, sim startups do Brasil que se destacam pela sua força e excelentes resultados.
Mas afinal de contas porque elas são chamadas por essa expressão? Segundo o simbolismo em torno dessa figura mitológica, nela simboliza força.
Os Unicórnios Brasileiros nada mais são do que negócios que conseguiram obter uma avaliação gigantesca de U$ 1 bilhão, enfrentando todos os obstáculos do mercado, mas, sem sequer ter um capital na bolsa de valores. E acredite, provavelmente você já usou alguma dessas startups no seu dia a dia.
O surgimento do termo startup unicórnio
Ao contrário do que muita gente pensa, esse termo não é tão novo assim. Ele passou a ser usado com esse significado em 2013, quando apareceu no artigo Welcome To The Unicorn Club: Learning From Billion-Dollar Startups, da fundadora da Cowboy Ventures, Aileen Lee.
Na época, apenas 39 startups tinham esse título. Agora elas já passam de 200!
Os 3 Unicórnios Brasileiros
No Brasil também já existem as startups unicórnios. Atualmente três empresas conseguirem, esse título e agora vou falar um pouco sobre a trajetória delas.
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99
A primeira startup a conquistar esse título foi a 99. Ela foi avaliada e comprada pela Didi Chuxing, que é considerada uma “Uber Chinesa”
A compra aconteceu no dia 2 de janeiro de 2018 e foi um verdadeiro marco não só para a empresa como para o Brasil. Afinal foi o primeiro dos Unicórnios Brasileiros.
Uma das coisas mais interessantes que eu acho nesse caso é que a 99 foi sempre considera uma rival do Uber. E apesar de ter disso ela conseguiu essa conquista incrível.
Em 2017 a startup chinesa já tinha vestido US$ 100 milhões na 99. Ou seja, desde aquela época ela já percebia todo o potencial da empresa. E em 2018 ela terminou de adquirir as outras fatias da startup.
Uma das coisas que mais me chama a atenção nesse unicórnio é o fato da 99 ter sido em 2012. Para quem não se recorda, ela foi criada por Ariel Lambrecht, Renato Freitas e Paulo Vera.
Mas, a principio ela era um aplicativo para taxis.
Quando o Uber surgiu, rapidamente a startup lançou sua modalidade POP, que propunha a mesma coisa. Corridas mais baratas com motoristas particulares. Mas mesmo assim ela não retirou a modalidade de taxi.
E foi justamente isso que tornou ela um sucesso, e a primeira startup do Brasil a ganhar o título de unicórnio.
Além disso, vários outros pontos também acabaram fomentando essa empresa, chamando a atenção não só da investidora chinesa, mas de vários outros investidores.
Apesar de propor o mesmo serviço que o Uber, a 99 tem alguns aspectos diferentes. Para começar, o programa de incentivos, tanto para usuários como para motoristas, é bem melhor do que a Rival.
Em algumas corridas mesmo eu conversei com os motoristas e eles disseram que as ações de incentivo, como bônus ao atingir X corridas são bem melhores no app.
Contudo, também preciso ressaltar que após a aquisição do título de unicórnio, a empresa começou a “decair”. Isso porque a chegada de tecnologia chinesa acabou trazendo várias mudanças para o sistema, o que gerou muita instabilidade.
E é claro que os usuários não ficaram calados e reclamaram muito.
Além disso, logo nos primeiros 6 meses depois da aquisição pela chinesa muitos funcionários pediram demissão. E boa parte deles foi fazer parte do time da Yellow, uma startup que oferece serviço de compartilhamento de bicicletas e que, pasmem, foi criada Lambrecht e Freitas, cofundadores da 99.
De lá para cá a startup tem focado em expandir sua atuação para regiões de periferia e ainda aguardamos mais capítulos dessa novela.
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PagSeguro
O segundo dos unicórnios brasileiros foi o PagSeguro. Confesso que particularmente ainda acho meio controverso esse título.
Afinal de contas, o serviço de pagamentos não começou realmente como uma startup, mas, como um empreendimento do grupo UOL. Então não sei até que ponto esse título é válido.
Mas esse é o meu ponto de vista.
Mas, independente desse detalhe, não posso negar que a trajetória dela no mercado merece ser destacada. Isso porque, ela contribuiu diretamente com milhares de pequenos e microempreendedores de todo país, deixando o pagamento de compras mais acessível graças a suas maquininhas.
Que não conhece o ramo varejista não deve saber, mas até então, para um dono de comércio ou prestador de serviço ter uma máquina de cartões era um verdadeiro parto. Elas só eram oferecidas por determinados bancos e instituições, e eram extremamente caras.
Além dos alugueis altíssimos, você precisava de uma conexão de internet via cabo ou um ponto de telefone exclusivo. Isso sem contar nas taxas igualmente caras.
Foi então que o PagSeguro chegou inovando. Uma maquininha compacta, que só precisava de um chip de celular, e que você podia COMPRAR. Ou seja, nada de alugueis, apenas as taxas por transações.
O sucesso foi tanto que muitos autônomos passaram a utilizar as famosas maquininhas da empresa. E para os MEIs (Micro Empreendedores Individuais) essa foi uma forma de alavancar as vendas).
Foi então que em 2018 que a transformação em unicórnio aconteceu. Ela foi a primeira empresa brasileira a ter a maior abertura de capital logo na sua estreia na bolsa de Nova Iorque com levantando incríveis US$ 2,6 bilhões.
Para se ter uma ideia do boom, apenas no seu primeiro dia de negociações ela teve um aumento de 35,8% nas suas ações.
Ainda em 2018 a empresa anunciou que tinha planos de expandir suas operações. O objetivo seria começar a abrir linhas de crédito para microempreendedores, e também pessoais, o que seria de grande ajuda para os profissionais de nosso país.
Mas, assim como o primeiro dos unicórnios brasileiros, ela também começou a ter problemas algum tempo depois da aquisição do título. Em novembro de 2018 ela apresentou uma grande queda na bolsa de valores de Nova Iorque, o que já preocupou os acionistas.
Isso porque, naquela época começou a se instaurar uma guerra de preços entre os concorrentes do mesmo segmento. E isso nunca é uma boa alternativa.
Mas, por enquanto a empresa continua a registrar bons números, apesar dessa oscilação em novembro.
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Nubank
O terceiro dos unicórnios brasileiros foi a querida Nubank. Provavelmente essa é a startup mais conhecida entre os brasileiros. Pelo menos para quem começou a usar o famoso cartão de crédito roxinho que chegou tomando conta do mercado e fazendo várias operadoras de crédito tradicionais tremerem na base.
E uma das coisas mais interessantes desse caso em específico é que essa startup chegou a marca de U$ 1 bilhão antes de abrir para a rodada de investimentos.
Além disso a empresa também não fez essa captação para contrabalancear uma geração insuficiente de caixa, como geralmente acontece. Na verdade, o objetivo dela foi de se alavancar financeiramente.
Isso porque o seu crescimento tem sido muito acelerado, e para ter certeza que daria conta ela apostou nessa abordagem.
E realmente, se ela continuar no ritmo que está com toda a certeza irá alcançar patamares ainda mais altos.
Ela começou com a proposta de oferecer um cartão de crédito sem anuidade, e que fosse totalmente controlado por um aplicativo. Isso chamou a atenção dos brasileiros.
Depois do sucesso e de ter entrado na vida de milhares de pessoas, a empresa então anunciou a criação o seu programa de recompensas, o Nubank Rewards.
Um dos grandes diferenciais desse programa, para os demais que existem no mercado, é que ele possibilita que você “abata” valores da sua conta, dependendo do seu tipo de gasto. Eu particularmente achei isso muito bacana, principalmente porque para muita gente acumular pontos para trocar por passagens não é muito vantajoso.
Afinal, não são todos que conseguem acumular pontos suficientes para fazer as viagens dos sonhos.
Depois a startup lançou a NuConta que funciona como uma conta-pagamento. E o grande diferencial desse novo serviço é que ao depositar o valor ele já começa automaticamente a render mais que a poupança.
Isso foi um passo e tanto para muitos brasileiros. Isso porque boa parte da população não está habituada a investir.
A maioria deixa o dinheiro guardado na poupança. E vamos e convenhamos, que ela não rende quase nada.
Ao contrário dos dois primeiros unicórnios brasileiros, após conquistar o título o Nubank não teve algum tipo de queda. Pelo contrário, a startup obteve a autorização para operar como uma financeira.
E isso vai justamente de encontro com os planos de expansão dela.
Segundo a empresa, o objetivo agora é começar a oferecer novos serviços para sua base de clientes. E o foco principal são os empréstimos.
Essa é uma excelente notícia e mostra todo o potencial que os unicórnios brasileiros possuem.
Qual dos unicórnios brasileiros eu investiria e porquê?
Bom, investir não é uma tarefa que você toma assim, de uma hora para outra. Um investidor precisa estudar minuciosamente a empresa onde deseja aplicar o seu dinheiro.
Afinal, o desempenho dela irá interferir diretamente no seu rendimento.
E claro que eu fiz minha lição de casa e estudei cada um desses três unicórnios brasileiros a fundo, e entre eles eu escolheria o NuBank.
E eu tenho alguns fatores que justificam a minha escolha.
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Controle rigoroso sobre quem investe
A startup não é uma daquelas empresas que começa abrir espaço para uma manada de investidores e que acaba perdendo totalmente o controle nessa história. Mesmo com os investimentos que ela recebe, o controle ainda está sob as mãos dos sete sócios originais.
Eu particularmente acredito que isso é uma vantagem. Isso porque, muitas empresas acabam tendo tantos acionistas que não conseguem se mexer.
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Credibilidade no mercado
Mesmo sendo relativamente nova a startup tem muita credibilidade no mercado. Não é à toa que outras empresas passaram a copiar o modelo de sucesso.
E com os avanços dela no segmento, oferecendo novos recursos que vão de encontro com as necessidades dos brasileiros, ela só tendo e a se fortalecer ainda mais.
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Plano estratégico
Esse é um dos pontos mais cruciais na minha decisão. O plano estratégico da Nubank é muito forte e sólido. Ela sabe exatamente o que deseja oferecer e como concretizar isso.
E isso acaba trazendo mais estabilidade para possíveis investidores.
Por conta disso entre esses três unicórnios brasileiros eu escolheria o Nubank para investir.
E você, qual dos três investiria? Deixe o seu comentário!